Os aliados do presidente Michel Temer têm ouvido dos institutos de pesquisa avaliações de que são muito remotas as possibilidades de a popularidade do presidente melhorar a curto ou médio prazos. Suas pesquisas constatam que, a cada vez que o governo tenta engrenar uma agenda positiva – como por exemplo a vitória na aprovação da PEC do Teto -, acaba sendo atropelado por fatos negativos que chamam mais atenção.
Esta semana, foi o atrito institucional que colocou Temer no meio do tiroteio entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e as autoridades da Lava Jato, afinal defendidas pela presidente do STF, Carmen Lúcia. A Lava Jato, aliás, tem sido e continuará sendo um fator de desgaste para o peemedebista Michel Temer, sobretudo com a avalanche que se espera após a delação premiada dos executivos da Odebrecht.
A situação da popularidade de Temer se agrava também porque a economia – talvez o fator mais decisivo nessa avaliação – vai demorar mais do que se esperava para dar sinais de retomada. As previsões dos economistas, que apontavam a volta de um pequeno crescimento já para o último trimestre de 2016, acabaram transferindo essa expectativa para 2017.
Como a recuperação da economia é, na visão dos especialistas em pesquisas, como a água que tem que percorrer um longo cano cheio de voltas para chegar à torneira, ou seja, à percepção no dia-a-dia do cidadão, os cálculos são de que a avaliação de Temer vai demorar para melhorar – se melhorar.
O que indica que talvez o presidente da República tenha poucas condições de fazer ou influir na eleição de seu sucessor. Menos ainda de se reeleger.
A partir desses prognósticos, aliados do presidente estão fazendo e refazendo seus planos para 2018.