O PT está apanhando mais do que cão danado pelo acordo com o PSB que sacrificou a candidatura da promissora Marília Arraes em Pernambuco. Mas o resultado dessa aliança é bem mais amplo e vantajoso para os petistas do que parece. A começar pelo fato de que ela tem mais do que dois lados, e é, na verdade tripartite: incluiu desde o primeiro momento o PCdoB, que deve dar amanhã a vice da chapa petista, Manuela D’Ávila, e participou de todo o entendimento.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, está em Curitiba fechando com Lula os últimos detalhes do anúncio, que inclui outros movimentos.
Além de Manuela como vice de Lula – e de quem o substituir quando ele for excluído da cédula -, o PCdoB foi convidado a indicar sua presidente, Luciana Santos, para a vice do governador Paulo Câmara, pivô da negociação pelo lado do PSB pernambucano e beneficiário da retirada de Arraes.
O PCdoB, que sempre foi um parceiro de primeira hora do PT, fechou aliança também com o PSB em outros locais, como o Amazonas: junto com o PT, vai apoiar o PSB mas garantir na chapa a reeleição da senadora Vanessa Grazziotin. O trio também fechou acordo na Paraíba, onde PT e PCdoB apóiam Ricardo Coutinho, do PSB, e o petista Padre Couto, deputado, sai para o Senado.
Com esse pacote, apesar dos ovos inevitavelmente quebrados, o PT e seus aliados terão, nessa omelete, o apoio de todos os governadores do Nordeste na eleição presidencial, o que não é pouco – sobretudo se o cabeça de chapa for um paulista como Fernando Haddad.