O petistas amanheceram divididos em relação à estratégia a adotar para assegurar sua sobrevivência: jogar o jogo ou chutar de vez o balde? No partido do governo, alguns querem, já na reunião do diretório de hoje, levantar a bandeira da antecipação das eleições presidenciais de 2018, unindo-se nesse discurso à Rede e a outros setores identificados com o “Fora todos” e o “nem Dilma nem Temer”.
Poderia ser, à primeira vista, uma solução mais próxima das ruas, que não querem mais Dilma mas não demonstram também qualquer apreço por Temer. O tumulto de uma campanha eleitoral viria também a calhar no momento em que as acusações da Lava Jato se aproximam mais e mais de Lula. Passa tudo para o plano da disputa política.
O problema dessa solução (?), porém, é que levaria desde já o PT a desembarcar de Dilma Rousseff, ou seja, abrir mão da tentativa de reverter as coisas no Senado para manter ou devolver Dilma ao Planalto.
A situação no Senado, de fato, parece muito ruim para a presidente. Já há votos para acolher o processo e afastar Dilma – embora não ainda os 54 suficientes para condena-la. Mas a própria Dilma, ao vir ontem a público, deixou claro que sua disposição é lutar e disse que a luta “será longa e demorada”. Ou seja, organiza uma articulação apostando na atuação isenta de Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski, que vão conduzir o processo.
Quem é que vai chegar para Dilma e dizer que o PT decidiu rifá-la e defender novas eleições? O problema está hoje nas mãos de Lula.