Os rumores vão e vêm quase todos os dias, num jogo de quente e frio, e ninguém aguenta mais discutir a renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara. Mas agora no fim da tarde aumentou a temperatura no entorno do deputado. O que se diz é que ele renunciará nas próximas horas, em troca de um pedido de vistas para seu recurso que adiará a votação na CCJ.
Cunha sabe que não tem maioria lá e que deve perder, mas animou-se com a perspectiva de empurrar com a barriga essa votação, que só ocorreria em agosto por causa do recesso branco nas duas últimas semanas de julho. Com isso, adia-se ainda mais o julgamento de seu mandato no plenário. Já ficou para agosto, mas pode demorar mais, sobretudo se for atropelado pelo início da campanha das eleições municipais, que deve deixar a Câmara sem quorum.
Em tese, quem sai perdendo com isso é o Planalto, pois o esvaziamento da Câmara atrapalha também a votação dos projetos de seu interesse. Há quem diga, porém, que, na relação custo-benefício, Michel Temer sai no lucro se conseguir se livrar de Cunha dessa forma – e sem vingança.