Michel e as raposas

Presidente Michel Temer. Foto Orlando Brito

Michel Temer é o que se pode chamar de uma velha raposa da política. A alguns interlocutores, tem dito estar incomodado com a desenvoltura de amigos e aliados que todos os dias nomeiam e renomeiam ministros, extinguem e recriam ministérios – tudo na imprensa.

A principal reclamação de Michel é que propostas e ideias que ainda estão em estudos são divulgadas, sempre em off, como se fossem decisões já tomadas. Evidentemente, essas plantações provocam reações e às vezes desgastes desnecessários. Como, por exemplo, o episódio da quase-nomeação do advogado Antônio Cláudio Mariz para a Justiça.

Mas a vida é assim. Temer é uma raposa cercada de raposas, e cada uma lutando pelo seu quinhão de poder na nova ordem. Enquanto elas brigam e plantam, o vice ouve muito, fala pouco e promete menos ainda. Passa sempre ao interlocutor a ideia de que não está ainda totalmente decidido sobre o tema que ele lhe traz. Deixa os balões serem jogadas ao ar e espera para ver os que vão estourar e os que vão subir.

O balão da extinção do MDIC, por exemplo, está estourando. Mas o que prevê a transferência da área de comércio exterior para o Itamaraty vai sobrevivendo, sobretudo se o balão que coloca o senador José Serra nessa pasta continuar subindo.

Enquanto isso, Michel, um político da velha escola, testa ideias e nomes sem se comprometer com nenhum.

 

 

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