No périplo empresarial que fez nesta segunda-feira, com palestra na FIESP para mais de 200 associados, o ministro Henrique Meirelles mandou um recado duro aos governadores que ameaçam decretar estado de calamidade para tentar pressionar o governo federal a ajudar as finanças estaduais. Ele esclareceu de cara que o estado de calamidade não vincula nem cria qualquer obrigação financeira para a União.
Meirelles disse que a vida está difícil para todo mundo: Governo central, famílias, empresas. E que o governo, com medidas como a PEC que limita os gastos públicos, está tentando resolver o problema pela raiz, eliminando a principal causa, que foi a expansão dos gastos federais e o consequente desequilíbrio das contas públicas. Segundo ele, essa atitude é que é importante para melhorar a imagem do país diante dos investidores.
– Tenho conversado muito e vou continuar conversando com os investidores – disse Meirelles, deixando claro não acreditar que a eventual decretação do estado de calamidade em algum estado venha a prejudicar essa imagem.
Enquanto falava, o ministro foi interrompido por um telefonema internacional confirmando o vôo em que seguiria à noite para Nova York para acompanhar o presidente Michel Temer nos encontros com os investidores. Um bate-volta, já que o retorno está marcado para quarta-feira.