Até amigos próximos do ex-presidente Lula passaram a pressioná-lo a assumir a presidência do PT. Por uma simples razão: temem que, sem o único líder que ainda agrega os diversos grupos internos e a militância, a diáspora venha a ser tão grande que não sobre nada do partido para contar a história. Os petistas esperavam, sim, uma grande derrota no domingo passado, e chegaram até a se animar com o resultado menos pior do que parecia em São Paulo. Mas, no cômputo do Brasil como um todo, o desastre foi imenso, um devastação estilo tsunami.
Nessas horas, o maior risco é que cada um corra para um lado para se salvar, e o entendimento de muitos na cúpula do PT é que apenas Lula teria o poder de convencimento para evitar isso.
O ex-presidente ainda hesita, e tem preferência por outros nomes, como o do senador Lindbergh Farias ou o do ex-governador Jaques Wagner, dois políticos a ele ligados. Mas, segundo os amigos, Lula está mais próximo do que estava da presidência do PT.
E o argumento de que a missão poderia atrapalhar sua defesa na Lava Jato, à qual terá que se dedicar, começou a ser lido às avessas. Com Lula na presidência do PT e candidato declarado em 2018, sua condenação e até uma eventual prisão sofreriam uma politização em grau máximo, o que poderia ajudá-lo.