O ministro chefe do GSI, general Augusto Heleno, foi salvo nesta tarde pelo colégio de líderes do Senado de ser convocado pela Casa para prestar explicações sobre sua presença em cima de um carro de som na manifestação pró-governo do último domingo. O pedido foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e teve apoio apenas do PT. Os demais líderes ficaram contra a convocação.
A ideia dos oposicionistas era inquirir o general sobre sua presença na manifestação que, em frente ao Congresso, portava faixas e cartazes defendendo seu fechamento, intervenção militar e o fechamento do STF. Sua expectativa era de que o chefe do GSI, pouco articulado nesse tipo de situação, acabasse se saindo mal e se desgastando.
Mas a maioria dos líderes parece não querer perder a interlocução com os militares do governo e aceitou os argumentos do líder do PSL, Major Olimpio, de que Heleno participou do evento como cidadão – e não institucionalmente como ministro.
Na verdade, Heleno já vem sofrendo um desgaste em sua função palaciana desde que o presidente Jair Bolsonaro resolveu se distanciar dos militares que supostamente pretenderiam “tutelá-lo”. Por paranóia ou não, Bolsonaro se livrou de Santos Cruz (Secretaria de Governo) e de Floriano Peixoto (Secretaria Geral).
Heleno ficou, mas enfraquecido. Não é mais apontado como a eminência parda do governo, aquele que teria ascendência sobre o presidente. Talvez por isso, o ministro do GSI tenha começado a assumir posições políticas fortes em defesa do governo, fazendo discursos irados e participando em manifestações.