Uma semana depois de a trágica morte do ministro Teori Zavascki ter disseminado a insegurança entre seus investigadores e defensores, a Lava Jato resolveu dar hoje uma demonstração de força com a Operação Eficiência, tendo como alvo principal o ex-megaempresario Eike Batista. É uma espécie de aviso da Lava Jato aos navegantes do STF e do establishment político, algo na linha do “estamos vivos e ainda temos muito chumbo para atirar”. Não tentem, portanto, baixar a bola desse jogo.
Aparentemente, o chumbo desta quinta atinge o já bastante ferido ex-governador Sérgio Cabral e o esquema de lavagem de dinheiro de propinas ligadas ao PMDB do Rio, do qual Eike Batista seria um dos fornecedores.
Mas o que se vê desde as primeiras horas na manhã é o tradicional jogo de empurra que, nessas horas, joga a propina no colo de outros. É grande o esforço de personagens do governo e do PMDB para lembrar as ligações entre Eike e os governos do PT, incluindo supostos pagamentos feitos pelo empresário no exterior ao marqueteiro João Santana.
Nas atuais circunstâncias, o governo do PMDB está fazendo de tudo para sair da linha de tiro, esclarecendo que as relações de Michel Temer e seu grupo com a turma de Cabral eram muito distantes – o que até é verdade.
Mas todos sabem que o antes festejado e insensado Eike Batista era amigo de todo mundo, e tinha grande proximidade com poder, os políticos, partidos e outros integrantes do PIB de todos os matizes e origens. Ou seja, com Eike preso – se for achado – e disposto a delatar, ninguém estará a salvo. Só a Lava Jato.