Janot aponta estelionato delacional em vazamento

Procurador-geral da República do Brasil, Rodrigo Janot.

Estelionato delacional é a expressão que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, está usando para definir o vazamento que provocou a pior crise ocorrida até hoje entre os investigadores da Lava Jato. O procurador, que suspendeu as negociações com o empreiteiro Leo Pinheiro, está aproveitando a reunião do CNMP para dizer que a suposta citação ao ministro do STF Dias Toffoli no acordo prévio de delação jamais chegou ao conhecimento do Ministério Público, nem em Brasília e nem no Paraná. Com isso, ele está refutando a possibilidade de os procuradores terem vazado a informação à Veja:

– Só se vaza o que se tem – disse Janot, repetindo que nenhuma menção a altas autoridades nessa delação chegou ao conhecimento do MP.

Janot reclamou ainda que, com o clima de Fla x Flu que se instalou no país, o Ministério Público está apanhando de todos os lados por ter uma postura isenta. Disse que o MP não busca pessoas, mas segue fatos.

– O estelionato delacional pode ter o intuito de fazer o MP aceitar um acordo que não é bom – disse Janot, explicando estar prestando essa informação para que o “factoide” envolvendo o nome de Dias Toffoli não se propague mais.

O clima voltou a esquentar hoje no STF, onde o ministro Gilmar Mendes fez duras críticas à Lava Jato e à mídia, que acusou de estar dependente dos investigadores. Segundo observadores do Judiciário, tudo caminha para que o procurador autorize a retomada das negociações de delação com Léo Pinheiro em alguns dias.

E que, ao fim e ao cabo, a responsabilidade pelo vazamento de algo que não estaria sendo delatado pelo delator fique com a imprensa. O vazador vai escapar.

 

Deixe seu comentário