Entre as diversas histórias mal contadas a respeito das gravações do homem-bomba Sérgio Machado está a de que ele teria gravado tudo sozinho, ainda que em combinação com integrantes do Ministério Público com quem negociava delação premiada.
Segundo políticos das relações de Sergio Machado, o ex-presidente da Transpetro levava, sim, em seu paletó, o artefato responsável pela gravação – um ponto, gravador ou celular, não se sabe bem. Do lado de fora das casas e a uma certa distância, porém, um carro dos investigadores captava diretamente áudio de todas as conversas.
Essa história não foi ainda revelada por completo porque teria várias implicações. A principal é a de que Machado não é nem foi o dono de suas gravações – o que o impediria de mostrá-las a alguém e excluir trechos indesejados. Tudo – quase sete horas – estaria hoje nas mãos da PGR e do STF, ainda sob sigilo mas vazando.
Outra dúvida ainda a ser sanada é se esse procedimento, fruto de uma combinação entre Machado e os procuradores, teria tido autorização legal – no caso, do ministro Teori Zavascki.
Caso contrário, o uso dos diálogos como prova será questionado pelos advogados dos acusados.