Depois dos tropeços do primeiro mês, é nítido que o governo Temer vai se consolidando no rastro de demonstrações de controle da maioria congressual e do apoio quase incondicional do PIB e da mídia à sua reluzente equipe econômica.
É verdade que o movimento de um grupo decisivo de senadores em torno da tese de novas eleições preocupa o Planalto e abre espaço para barganhas diversas. Mas senadores não nasceram ontem e, como dizia Ulysses Guimarães, os bobos não chegam no Congresso – ficam para suplentes. Esses pessoal fareja de longe para onde foi vento sopra e dificilmente trará Dilma Rousseff de volta se as coisas continuarem nessa toada.
Apesar disso, a semana, que não começa com nenhuma cabeça ministerial a prêmio, será de enorme apreensão para os neogovernistas. É a semana C, de Cunha.
Apesar de o presidente afastado da Câmara, aparentemente, ter maioria para vencer nesta terça-feira no Conselho de Ética, o Planalto tem razão para apavorar-se. Nos últimos dias, o deputado vem propagando ameaças de que, se tiver o mandato cassado, não vai cair sozinho. Disse a interlocutores do presidente Michel Temer que levará consigo mais de uma centena de políticos, alguns deles no coração do novo governo.