Eleição na Câmara destroçou os partidos de vez

Câmara Federal: parlamentares articulam fora do plenário, vazio, a eleição de seu futuro presidente. Foto Orlando Brito

O ex-governador de Santa Catarina Esperidião Amin (PP) foi o décimo deputado a se inscrever, nesta tarde, para a disputa pela presidência da Câmara. Em circunstâncias normais, seria um nome forte, pela experiência, biografia e trânsito junto a todas as bancadas. É de um partido do Centrão, mas, até agora, não está implicado na Lava Jato.

Só que não estamos vivendo tempos normais, em que quesitos desse tipo tenham maior peso. A candidatura Amin difícilmente vai quebrar a polarização que já se estabeleceu na eleição. Apesar de mais de uma dezena de candidatos declarados, nas últimas horas fortaleceu-se o nome do deputado de primeiro mandato Rogério Rosso (PSD-DF) como principal alternativa do Centrão – palatável a Eduardo Cunha e ao Planalto.

Tudo indica que as coisas caminham para Rosso, que teria como principal adversário, do outro lado, o deputado Rodrigo Maia, do DEM, com o apoio do PSDB e outros integrantes da ex-oposição. Mas essa candidatura só se fortalece se tiver os votos do PT e dos demais partidos de esquerda, o que é duvidoso. No mínimo, eles vão se dividir.

A maior característica desta eleição, solteira e para um mandato-tampão de sete meses, é que ela jogou de vez para o espaço as representações partidárias na Câmara. Os candidatos vem se apresentando em nome de grupos e facções, como o Centrão de Cunha, e até de interesses individuais. Nenhum partido tem controle ou unidade em torno de um candidato. É um barata-voa.

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