A transferência do apresentador José Luiz Datena para o PSD de Gilberto Kassab, depois de poucos meses no PSL, é uma pá de cal na oitava via da disputa pela presidência da República. Datena preferiu trocar um incerto lugar na corrida para representar uma hipotética opção a Lula e Jair Bolsonaro por uma candidatura viável ao Senado pelo PSD de São Paulo, possivelmente numa chapa que terá candidato forte a governador – Geraldo Alckmin.
Datena, que andava embolado no segundo pelotão da disputa presidencial nas pesquisas, muito abaixo do ex-presidente e do atual, deixa agora apenas cinco nomes na lista dos que, empurrados pelo establishment econômico financeiro e pela mídia, tentarão quebrar a “polariação” e ocupar o sonhado espaço da “terceira via”.
Só que tem muito mais gente no pedaço, e Datena parece ter sido esperto por perceber isso e ir procurar outra turma. Vamos lá, para não esquecer ninguém: Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (podemos), João Doria ou Eduardo Leite (PSDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Simone Tebet (MDB). A 11 meses da eleição, ainda são apenas pré- candidatos, e alguns entram claramente na lista para aumentar o cacife e se posicionar para futuras negociações – possível caso de Pacheco e Tebet.
Mas tudo indica que Ciro, Moro e o tucano que sair vivo no final do mês das prévias do PSDB, uma vez candidatos, irão até o fim. Têm projetos políticos individuais dos quais dificilmente abrirão mão. O que equivale a dizer que, quem tem tantos candidatos de terceira via, não tem nenhum. Vão dividir cerca de 36% do eleitorado, que, segundo pesquisa do DataPoder, do Poder360, são os que não estão entre os que dizem que só votariam em Lula (36%) e os que só querem Bolsonaro (28%). Muita via para pouco voto, como se vê.