As manifestacōes marcadas para este domingo (31) na Avenida Paulista vão expor a divisão, talvez irreversível, dos movimentos de rua que lideraram a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff. Dois grupos, o Nas Ruas e o MBL, desistiram da convocação, considerando a data inapropriada – a votação final do impeachment é só no fim de agosto – e, sobretudo, o baixo nivel de adesão demonstrado até agora, prenunciando um movimento fraco. Estão se programando para 21 de agosto.
Outros grupos, porém, como o Vem pra Rua, fazem questão de manter o evento e ainda ampliaram as palavras de ordem para a ocasião. Além do impeachment, vão incluir como bandeiras temas como apoio à Lava Jato e aos projetos contra a corrupção.
A política é assim mesmo. Alianças conjunturais acabam e cada um segue seu caminho. O MBL, por exemplo, está lançando candidatos a vereador em diversas cidades, aproveitando a notoriedade conquistada com o movimento pelo impeachment. Alguns vão sobreviver politicamente, outros não.
A diáspora final, porém, poderá ser precipitada se o evento deste domingo degringolar de vez e se comprovar um erro. Além da previsão de pouco público, as forças de segurança estão seriamente preocupadas com o risco de confronto, pois os movimentos anti-impeachment também escolheram o domingo para se manifestar. O local designado para eles é o Largo da Batata, mas a CUT e a Juventude Socialista, vendo a divisão dos adversários, já decidiram que vão para a Paulista.