A ex-presidente Dilma Rousseff, que fotografou e catalogou todas as obras de arte e bens valiosos do Palácio da Alvorada para comprovar que não ficou com nada que não era seu, descobriu em Porto Alegre que os caminhões de mudança levaram por engano um item que não lhe pertencia. É um pequeno tapete tipo persa, de pouco mais de um metro de comprimento. A peça foi imediatamente devolvida e já está de volta ao Alvorada.
No momento, o palácio residencial está vazio, gerando uma sensação estranha em quem percorre seus salões e áreas privativas. Equipes do patrimônio da União já conferiram todo o acervo, e constataram que, de fato, não está faltando nenhum volume na biblioteca. Na adega do subsolo, os vinhos etiquetados como de propriedade da “Sra presidenta” deixaram vazios nas prateleiras, mas aqueles que eram propriedade do governo lá estão.
A área residencial do Alvorada, um apartamento acanhado diante da grandiosidade do palácio, permanece arrumada com os móveis estilo anos 50/60, mas sem sinal de vida. As prateleiras onde ficavam os porta retratos mostrando os netos de Dilma estão nuas, os amplos armários e araras, desocupados.
O presidente Michel Temer não tem pressa de se mudar para o Alvorada. Alguns próximos dizem até que, se depender da família, nem irá. Estão bem adaptados ao Jaburu, que tem mais cara de casa. Afinal, não é fácil viver num monumento, com cara de museu, sobretudo quando se tem crianças. Michelzinho, de sete anos, terá amplos salões para andar de skate, mas certamente ouvirá dos pais aquilo que Gabriel, neto de Dilma, ouvia da avó quando chegava perto de algum objeto valioso: cuidado, isso é do povo brasileiro!