A presidente afastada, Dilma Rousseff, admitiu ontem pela primeira vez que aceitaria a convocação de um plebiscito ou eleição caso volte ao poder. Em entrevista ao jornalista Luiz Nassif, na TV Brasil, Dilma não entrou em detalhes sobre a consulta popular, mas deixou claro, em dois momentos, que passou a admitir a articulação de novas eleições.
“Em qualquer hipótese, a consulta popular é o meio de lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer”, disse Dilma.
Mais adiante, ao ser indagada diretamente pelo jornalista sobre o que aconteceria no dia seguinte um hipotético retorno seu ao Planalto, respondeu: “A recomposição só tem um jeito: que se recorra à população. Acho que pode ser um plebiscito…”.
Esse foi o primeiro passo público de Dilma rumo a um acordo com o grupo de senadores que admite mudar de voto e ficar contra o impeachment, desde que ela concorde em convocar um plebiscito sobre a realização de novas eleições presidenciais se reassumir a presidência da República.
A proposta de plebiscito foi discutida na véspera por um grupo de cerca de vinte senadores em jantar na casa do senador Roberto Requião. Mas ainda não há um acordo e nem tem o apoio do partido de Dilma, o PT, que ainda está dividido em relação ao assunto. O ex-presidente Lula, principal nome petista numa nova disputa presidencial, também ainda não foi convencido a apoiá-la publicamente.