Nem a intervenção federal na segurança do Rio e nem a gradual recuperação da economia surtiram efeito positivo na (im)popularidade do presidente Michel Temer. Ele continua como uma espécie de Rei Midas às avessas, um sujeito em que nada de bom gruda, dono de um teflon ao contrário.
É o que mostra a pesquisa CNI/Ibope divulgada agora pela manhã: o número dos que consideram o governo ótimo ou bom oscilou, de dezembro a março, de 6% para 5%, e o dos que o avaliam como ruim ou péssimo passou de 74% para 72%. E isso porque apesquisa foi feita antes da operação Skala, que prendeu seus amigos nas investigações sobre um esquema no porto de Santos.
Apesar de uma inesperada e ligeira recuperação no Nordeste e junto ao público com menor renda e escolaridade – o que não deixa de ser um bom sinal – a candidatura Temer continua sendo politicamente inviável. Nesse ritmo de “recuperação “, chega a outubro com um índice de ruim e péssimo de 60 e poucos por cento.
Essa situação, em meio ao tsunami que deve botar Lula na cadeia durante a campanha e à possível entrada de um nome novo no páreo – Joaquim Barbosa, pelo PSB – compõe um quadro para lá de incerto para as eleições de outubro.
Até mesmo o recém-filiado emedebista Henrique Meirellles estaria repensando a decisão de deixar a Fazenda amanhã. Afinal, pode ter percebido que o efeito teflon ao contrário pode contagiar qualquer um que venha a fazer parte de uma chapa como vice de Temer. Pior ainda, constatou que seu novo partido não parece entusiasmado em tê-lo na cabeça de chapa.