Estamos a praticamente dois meses da eleição e, mais uma vez, as pesquisas mostram que o quadro pouco mudou. O levantamento divulgado hoje pelo Paraná Pesquisas traz Lula com 29% e Jair Bolsonaro com 21,8% no cenário em que o ex-presidente é incluído, deixando a uma longa distância o segundo pelotão: Marina (9,2%), Geraldo Alckmin (6,2%), Ciro (6%) e Álvaro Dias (4,2%). Na lista sem o ex-presidente, Bolsonaro só perde para o sr Nenhum, por 24,7% a 23,6%. Fernando Haddad e Jaques Wagner, sem o esclarecimento ao eleitor de que seriam o candidato de Lula, giram em torno de 2%.
O curioso nessa pesquisa é o capítulo sobre o potencial de voto de cada um. Quando começamos a ler a relação dos candidatos em quem o eleitor diz que não votaria de jeito nenhum, nos deparamos com um número bem alto que diz que não votaria em Lula: 54,1%, mais da metade do eleitorado, o que em tese poderia até inviabilizar uma vitória em segundo turno.
Só que não. Seu concorrente mais próximo, Jair Bolsonaro, tem quase a mesma rejeição, só um pouco maior: 54,3%. Também é maior o número dos que dizem que não votariam de jeito nenhum em Marina (55,2%), Ciro (58,9%), Geraldo Alckmin (63,3%) e Fernando Haddad (67%) – o recordista na rejeição, sabe-se lá por quê. O único que tem um índice de rejeição abaixo de 50% é Álvaro Dias (46%), sobretudo porque é desconhecido para 25% desses eleitores.
No resumo da ópera está o fato de que o brasileiro vai ter que votar no menos pior, porque o melhor para ele – o Sr. Ninguém – não vai ser candidato.