O nome do Centrão para ocupar o Ministério das Cidades, sonho de consumo do grupo, é o do eduardiano Carlos Marun, defensor incansável do presidente Michel Temer na Câmara. Além de nomear o homem de confiança de Eduardo Cunha para o ministério mais apetitoso da Esplanada, a articulação que está na mesa de Temer prevê ainda a transferência do atual titular das Cidades, o tucano Bruno Araújo, para a pasta do Turismo.
Tem tudo para dar errado, e acabar numa confusão maior ainda do que o mal-estar que existe hoje entre as lideranças do Centrão e integrantes do governo. Enquanto pessoas próximas de Marun garantem que ele já está preparando o terno para a posse, e que se Temer não nomeá-lo correrá risco de derrota na próxima denúncia do PGR na Câmara, outros auxiliares de Michel tentam evitar a articulação.
Sob esse ponto de vista, é grande o risco de Bruno Araújo, assim como Osmar Serraglio quando saiu da Justiça, não aceitar uma pasta modelito prêmio de consolação – até porque sofrerá pressões da ala do PSDB que quer desembarcar logo do governo.
Traduzindo: o movimento de Temer para colocar o Centrão num ministério que hoje é do PSDB poderá resultar na perda total do apoio dos tucanos, que finalmente terão um bom motivo para ir embora. Se não nomeia, porém, fica frágil com o Centrão para a próxima batalha no plenário da Câmara.
Esse é o clima hoje no Planalto: pressão máxima. E todo mundo trancando as gavetas porque o Centrão está chegando.