Os partidos do Centrão, tipo Solidariedade, PRB, PR e outros menores, foram levar seu apoio à candidatura Rodrigo Maia hoje na convenção do DEM. O que não quer dizer que chegarão a outubro tendo Maia como candidato a presidente – aliás, nem o próprio Maia sabe se chegará lá nessa improvável condição.
O que está se passando, na verdade, é que o quadro eleitoral anda tão incerto que esses partidos – que só gostam de entrar num barco para ganhar – decidiram fazer uma espécie de escala na candidatura de Rodrigo Maia até ter uma ideia melhor do que vai acontecer. É provável que, para a maioria deles, seja uma escala rumo a Geraldo Alckmin, que tem chances de ser o candidato sobrevivente da centro-direita em outubro – e talvez por isso alvo preferido de Maia, que não se cansa de vaticinar o fracasso da candidatura tucana.
O fato é que essa paradinha na candidatura do DEM, que pode derreter lá pelos idos se junho se não crescer nas pesquisas, tem outra função para as legendas do Centrão: dá-lhes uma boa desculpa para não ter que aderir à hipotética candidatura Michel Temer, que consideram tóxica. Eles estão sendo pressionados pelo Planalto, que ameaça só nomear os substitutos indicados para seus ministros sob essa condição. O barata-voa da candidatura do DEM lhes dá o tempo necessário para ficar no governo e depois pular para o barco de Alckmin ou outro qualquer.
O Planalto percebeu nas últimas horas o sério risco de isolamento que os movimentos do DEM e desses partidos representam. Por isso, mandou não só o presidente do MDB, Romero Jucá, mas também o ministro Carlos Marun e o líder Baleia Rossi baixarem na festa de Rodrigo Maia com beijinhos e abraços. Tenta salvar as aparências e disfarçar a óbvia debandada.