Nem em seus sonhos mais dourados o ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado do mensalão, imaginaria situação mais favorável: está nas mãos do seu PR dar ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, o tempo na TV que, em tese, pode viabilizar sua candidatura num segundo turno. Por conta disso, aliados e adversários se digladiam e tentam convencê-lo a ir para lá ou para cá. Nada mau, hein, Valdemar?
Partidos do Centrão como DEM, Solidariedade e PP, que vivem um falso dilema entre Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, tentam convencer a turma de Valdemar simplesmente a não ir para o PSL, na esperança de que esse gesto desidrate Jair Bolsonaro quando começar a propaganda eleitoral na TV, a partir de 31 de agosto.
Já Bolsonaro usa dos mesmos recursos de persuasão para trazer o PR para sua chapa, com a indicação do senador Magno Malta (ES) como vice. Nas explicações oficiais, aliança só estaria dependendo de uma palavra de aceitação de Malta.
Não é bem assim. É Valdemar, e não Malta, que manda no PR, antigo PL, que já foi o partido do saudoso José Alencar, ex-vice presidente de Lula, e hoje abriga em seus quadros seu filho, o empresário Josué Gomes. E, se Josué saiu do MDB para se filiar ao PR, seguramente não é para apoiar Jair Bolsonaro. O empresário botou seu nome à disposição como pré-candidato do partido à presidência – segundo se comenta, admitindo a possibilidade de acabar como vice de Lula ou do poste que será indicado pelo PT em seu lugar.
Por isso, que ninguém se engane com o PR a essa altura do campeonato, pois a parada não está decidida. A única certeza é de que o mar está para Valdemar…