Depois de aparecer em segundo lugar na pesquisa espontânea da CNT/MDA para presidente (6,5%), e em terceiro na estimulada, quase empatando com Marina Silva no patamar dos 11% (contra 30% de Lula na liderança), o deputado Jair Bolsonaro virou uma espécie de candidato a Donald Trump na campanha brasileira de 2018.
É aquele sujeito radical, com posições inimaginavelmente conservadoras, que fala bobagens e que muita gente, incluindo adversários, sequer leva a sério. O “clown” da eleição, o pré- candidato que, no início da campanha, ninguém acha que pode ganhar – nem mesmo os que o apóiam. Quando se vê, é tarde demais.
A disfuncionalidade do sistema político e eleitoral norte-americano permiitu a eleição de Trump, à revelia de boa parte do establishment politico e econômico, no rastro de insatisfações profundas de setores silenciosos, porém importantes, da sociedade.
Lamentavelmente, o desgaste crescente do nosso sistema, a falta de credibilidade dos nossos políticos, a crise da economia e a desilusão da maioria do eleitorado com tudo e com todos são ingredientes explosivos que podem se juntar por aqui e produzir loucuras semelhantes. Isso não é piada: o perigo está aí.