Não houve novas pesquisas e não se sabe se alguma coisa mudou, mas a semana fechou relativamente positiva para o governador de S.Paulo, Geraldo Alckmin, e ruim para um de seus possíveis adversários ao centro, o ministro Henrique Meirelles. Além de ter ganhado uma manifestação simpática de Michel Temer, interpretada como aceno para uma futura aliança, Alckmin ocupou espaço na mídia com sua movimentação em torno da equipe que vai trabalhar em seu programa econômico, coordenada por Persio Arida. Foi levado a sério pelo establishment e pela imprensa, a ponto de um editorial da Folha de S.Paulo admitir que ele poderá atrair os apoios necessários para ser o candidato do centro, ‘por gravidade’.
Ao mesmo tempo, as palavras de Temer, em entrevista no Estadão a Eliane Cantanhede, informando que prefere ver Meirelles no Ministério da Fazenda, em vez de candidato, jogaram um balde de água fria na candidatura do ministro. O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela S&P, apontado como um fracasso do “dream team” de Meirelles, também não foi bom para o candidato a candidato. Nos arredores da Esplanada, o que se diz é que só a aprovação da Previdência salvaria a candidatura Meirelles a esta altura – mas a hipótese é para lá de remota.
Ainda na seara governista, foi uma semana movimentada para o neocandidato a candidato Rodrigo Maia, que viajou pelo país admitindo ser candidato do DEM. Todos mundo sabe, porém, que além de atazanar seus concorrentes no campo da centro direita, essa candidatura tem basicamente a função de cavar uma vaga de vice na chapa centrista, provavelmente com Alckmin, para o partido. O nome mais forte hoje seria o do pernambucano Mendonça Filho, mas o baiano ACM Neto também está no páreo. Ambos teriam condições de dar uma pitada de Nordeste à chapa do paulista.
A semana foi ruim para um dos adversários dessa turma, o deputado Jair Bolsonaro, que foi alvo de matérias da Folha sobre o crescimento de seu patrimonio familiar, seus gastos como deputado e supostas irrefularidades na contratação de auxiliares. Bolsonaro errou na resposta, pois além de não dar explicações factíveis, agrediu a imprensa. Há quem diga que o episódio poderá desgastá-lo também nas pesquisas e marcar um início de mudança no quadro da polarizaçao Lula-Bolsonaro. Mas é preciso esperar para ver.
Enquanto isso, o líder em todos os levantamentos, o ex-presidente Lula, se prepara para o julgamento do TRF-4 no dia 24. Sabendo de antemão que a condenação será mantida, Lula trabalha pelo menos para que não seja unânime, o que lhe abre o caminho para mais recursos. Seu primcipal objetivo, neste momemto, é passar a ideia de que continuará um candidato viável, mesmo após a condenação, para não perder apoios. Mais uma vez, é preciso esperar para ver