A Confederação Nacional da Indústria (CNI) se transformou num saco de gatos maior do que o partido do presidente, o PSL. Neste momento, o presidente afastado, Robson de Andrade, luta na Justiça para ser reintegrado ao cargo, de onde foi ejetado após prisão de dois dias, em fevereiro, na Operação Fantoche, que investigou fraudes em entidades ligadas ao sistema S. O ministro da Economia, Paulo Guedes, porém, articula outra solução junto com o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, e a CNI está em pé de guerra.
Desafeito de Robson, que logo após a eleição fez declarações que desagradaram o governo Bolsonaro, Guedes quer ver o próprio Eduardo Eugênio, ou alguém por ele indicado, à frente da entidade. Tem nessa articulação o apoio do ex-presidente do Sebrae, Guilherme Afif, hoje assessor especial do ministro da Economia.
Eles precisam conquistar o apoio das federações de Minas Gerais e do Norte e Nordeste do país, já que Rio, São Paulo e região sul estão fechados com Eduardo Eugênio. A operação é considerada essencial para as mudanças que o governo quer fazer no Sistema S.
Os amigos de Robson – ele ainda os tem – estão reagindo. Estão ocupando as redes privadas da indústria com mensagens criticando Eduardo Eugênio por estar há 33 anos no comando da Firjan e fazendo acusações piores a Guedes.
A mais séria delas reproduz agenda do ministro em que ele concede audiência a Eduardo Eugênio, coincidentemente na véspera da operação que prendeu o presidente da CNI, dia 18 de fevereiro. Segundo alguns, Guedes teria também conversado com o ministro da Justiça, Sergio Moro, neste dia. Mas ele não está na agenda.