Em meio à negociação com o Congresso sobre o texto do novo Refis; sob o risco de a MP que cria a nova taxa do BNDES, a TLP, morrer na praia na última votação e caducar; e no momento em que a nova meta fiscal começa a tramitar, Michel Temer viaja amanhã para a China e deixa a Câmara nas mãos do inexperiente deputado André Fufuca (PP-MA).
Um risco e tanto. Está certo que o presidente não poderia faltar à reunião dos Brics. Ainda que entre mudo e saia calado, como costuma acontecer nesses eventos, a ausência de Michel daria uma dimensão de insignificância maior ainda ao Brasil, que vem crescentemente perdendo prestígio no exterior.
Mas, sabendo que não poderá contar com Rodrigo Maia no plenário, o presidente não precisava levar na bagagem o experiente primeiro vice da Casa, Fabio Ramalho (PMDB-MG). Ninguém tem nada contra Fufuca, mas o jovem deputado de 28 anos talvez não tenha a experiência necessária para lidar com as manhas e manias do plenário numa semana decisiva.
Até porque, além da pauta do governo, a Câmara tem que avançar na reforma política, sob o risco de o Legislativo não conseguir aprová-la no prazo de um ano antes das eleições.
Para os conhecedores do poder, Michel e companhia já estão se comportando como um governo em fim de linha, naquela fase em que o cafezinho começa a ficar frio e as autoridades aproveitam para curtir as viagens…