ITAMAR GARCEZ

PT, MDB & PSDB, os partidos que mandam no Brasil há 33 anos, ensaiam o fim da Lava-Jato. Se tudo der certo - para eles - o STF volta atrás e revoga sua própria decisão, acabando com a possibilidade de prisão em 2ª instância. Quem está preso, sai. Quem não foi preso, preso não será.

Michel Temer é um presidente impopular. Ar blasé, ele mostra desconforto quando confrontado com esta informação. Mas, por inteligente, sabe ser inútil brigar com a realidade.

Como deputado federal, Bolsonaro sempre foi desbocado e intempestivo. Como presidente do Brasil, não mudou seu estilo verborrágico. Diz o que lhe dá na veneta, sem embromações. Acostumemo-nos, pois não há escola de etiqueta para presidentes

Reformular o quadro partidário brasiliano passa pelo fim dos dutos que alimentam a corrupção partidária. Acabar com o financiamento público partidário e eleitoral é um bom começo

O tema impeachment é inescapável no Brasil. Mas, para que o País adentre mais uma vez nesta solução traumática para crises, três condições são fundamentais. No caso de Bolsonaro, porém, há uma quarta, muito peculiar, que sempre existiu, mas que será tão ou mais relevante do que em 1985.

Senador por um estado que não deveria ter deixado de ser território, o senador é apenas um espécime de que a nova política preserva os vícios da velha política

A sustentação do presidente Michel Temer estriba-se em pelo menos três fatores sobre os quais ele tem pouco ou nenhum domínio. São eles a mobilização das ruas, o entendimento a respeito do sucessor e a bala de prata acusatória.

Difícil saber se o pouco caso com o meio ambiente e os direitos humanos é fruto da luta pela sobrevivência ou convicção. Mas Temer é isto aí.

O capitão-mor que ora nos governa não é a expressão de si mesmo. Antes, representa arraigada e expressiva fatia de brasilianos. Sua liderança pode eventualmente sucumbir ao tamanho de seu despreparo - nas urnas, no Legislativo ou nos tribunais. Mas a tropa a qual ele deu ordem unida permanecerá de prontidão