O novo Fenemê brasileiro andou pela primeira vez na véspera de Natal, dando assim, o primeiro vagido da raça dos caminhões elétricos comerciais no País. Nas instalações da antiga fábrica de caminhões diesel Agrale, em Caxias do Sul, a nova versão do cargueiro andou pela primeira vez: na tarde de 23 de dezembro, o motor elétrico virou e as rodas giraram sobre macacos; na manhã do dia seguinte, 24, véspera de Natal, o veículo rodou autonomamente por um pequeno percurso em volta do pavilhão da fábrica, sob aplausos dos técnicos brasileiros e norte-americanos que realizam o projeto sob a supervisão dos sócios gaúchos do empreendimento, os irmãos José Antônio e Alberto Martins. O Fenemê voltou.
É o primeiro veículo cargueiro elétrico inteiramente fabricado no País em escala comercial, devendo entrar no mercado em 2021. Os protótipos da nova versão dos antigos “gigantes” das rodovias serão produzidos ainda esse ano em Caxias do Sul (RS), mas já equipados com motores elétricos, para transporte nos critérios de sustentabilidade em versões para carga e passageiros, em modelos com capacidade para 13 e 18 toneladas.
Segundo os fabricantes, além dos novos fenemês, a FNM gaúcha vai oferecer soluções de alta tecnologia, produzindo veículos com sistema RePower, para remotorização de caminhões motor de ciclo diesel para elétricos, contribuindo, com isto, para uma logística sem poluentes, sem ruídos e sem emissão de carbono.
A marca mais tradicional de transportadores do País, a FNM, da estatal Fábrica Nacional de Motores (iniciada em 1942, extinta em 1988), com logotipo inspirado no emblema da Alfa Romeo italiana, indústria que licenciou a tecnologia dos antigos fenemês. Uma pequena mudança. Na íntegra, a nova FNM denomina-se Fábrica Nacional de Mobilidade, pois não fabricará motores, como sua ancestral de Xerém (RJ).