Corrida presidencial: Bolsonaro e Dória dão largada na Fórmula Um

Por detrás da briga para sediar a Fórmula 1, há um interesse presidencial. Bolsonaro quer agradar militares que vivem no entorno do desejado autódromo do Rio

Bolsonaro com o filho Flávio, o governador do Rio Wilson Witzel e Chase Carey, CEO da Fórmula UM

Foi dada a partida para a corrida presidencial de 2022. A 300 km por hora. Os dois principais candidatos escolheram para iniciar a campanha uma disputa pelo Grande Prêmio Brasil de Fórmula Um. Bolsonaro quer levar a corrida de volta para o Rio de Janeiro; João Dória quer que fique em São Paulo.

Por trás dessa briga, que volta a açular a esmaecida rivalidade entre as duas maiores cidades do Brasil, estão interesses nas bases eleitorais dos dois candidatos. Para o governador de São Paulo, tirar a corrida de Interlagos e levar para outros estados desmonta um dos mais afiados esquemas de negócios de São Paulo.

Já para o presidente Bolsonaro, levar o Grande Prêmio para o futuro autódromo de Deodoro, na Zona Norte do Rio, significa atender a um sonho das famílias de militares da reserva de baixa patente, que vivem nesse bairro carioca, no entorno da maior base do Exército do País, a Vila Militar.

Com o autódromo, aquele bairro, bastante desvalorizado, ganha novo ímpeto no mercado imobiliário. É bom lembrar que os reservistas de alta patente, os chamados generais de pijama, têm suas aposentadorias no elegante enclave do Arpoador, entre as praias de Ipanema e Copacabana.

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