Almir Pazzianotto

O mundo jurídico-trabalhista já está convulsionado com a edição de três MPs impondo novas regras nas relações privadas. A pandemia da covid provocou súbita ampliação de oportunidades e necessidades de trabalho em domicílio. O Estado, porém, se mostra insaciável na gula intervencionista.

Ao tentar interromper a ação criminal contra o deputado Daniel Silveira, Jair Bolsonaro age como ditador. Fere o princípio da legalidade e invade a esfera do Poder Judiciário

Indulto, comutação ou graça, em benefício de réu com processo em andamento, sem ter trânsito em julgado, revela o desprezo de Bolsonaro pela Constituição; pelo princípio da independência e da harmonia entre os Poderes; pela lei e pela ordem.

Tudo indica que a bipolaridade Lula-Bolsonaro estará no segundo turno. É lamentável. Eles pertencem ao passado. O País gostaria de acompanhar debates sérios, do qual participassem Ciro Gomes e Simone Tebet

Desde 1988 todos os presidentes da República recorreram à MP, uma legislação de caráter autoritário. O autor quer dos candidatos ao Planalto o compromisso de extinguir a medida provisória, acabar com a reeleição e com os Fundos Partidário e de Financiamento Eleitoral

A campanha eleitoral em curso traz à tona a face escura da elite política. Larga camada de palha podre flutua nas ondas da corrupção e da indiferença, à espera de incautos eleitores.

Não interessa ao Brasil manter as relações de trabalho sujeitas a uma legislação antiga, anacrônica e imposta por um ditador. Ao declarar que se eleito revogará a Reforma Trabalhista, o candidato do PT se torna uma ameaça

Se não surgir terceira via apta a alcançar o segundo turno, a decisão se dará entre Lula e Bolsonaro. Além de despertarem as mais fortes reações positivas e negativas entre os eleitores, são idólatras, obcecados pelo poder e adeptos do culto à personalidade

No plano político o Brasil pode ser considerado a república de polvos e camaleões. O troca-troca de legendas é feito de maneira despudorada. O inimigo de eleições passadas é convertido em repentino aliado. E toda essa barganha tem o aval da lei e da Justiça Eleitoral