O PP está caminhando para aprovar uma coligação com o PDT e apoiar Ciro Gomes à presidência da República. O partido já não acredita numa candidatura comum com o DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Nem seus dirigentes avaliam como provável uma aliança com Geraldo Alckmin, do PSDB. Os estados do Sul e do Sudeste tendem a apoiar o tucano, mas os do Nordeste não querem nem ouvir falar.
A direção do partido marcou o final de junho para tomar uma decisão. Mas seus dirigentes avaliam que a tendência é a de que o tempo de cerca de 1 minuto que o partido tem na televisão amplie o cenário de propaganda de Ciro nas eleições. A maioria do PP do Nordeste já foi seduzida pelo candidato trabalhista: Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão.
E são justamente os quadros desta região que tem o controle do partido. A maioria do Diretório Nacional, a presidência do partido e os líderes na Câmara e no Senado. Apenas dois estados nordestinos ainda não estão com Ciro, a Bahia e o Piauí, onde são aliados de governadores do PT. Mas isso pode mudar sem Lula. No Piauí, por exemplo, Ciro já lidera em alguns cenários pesquisados. O candidato do PDT também teria hoje, ao seu lado, o diretório regional do Mato Grosso do Sul.
O PP de Minas Gerais, devido às lutas políticas regionais, está com o candidato do MDB para governador, que é adversário do ex-governador tucano Antonio Anastasia. Em Rondônia, a governadora do partido disputa a reeleição contra o ex-governador José Anchieta, candidato do PSDB. Outros quatro estados ainda estão indefinidos: Amazonas, Amapá, Roraima e Tocantins. Estes estados não são considerados empecilho para aprovar uma coligação com Ciro Gomes.
O tucano Geraldo Alckmin tem o aval do partido em 11 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Brasília, Goiás, Mato Grosso, Pará e Acre. Mas os delegados destes estados não têm votos para colocar o PP no colo de Alckmin. Por isso, esse grupo pretende fazer com que o partido adote a mesma posição de 2010, na eleição de Dilma Rousseff, quando não se coligou nem com Dilma nem com Serra.
Este levantamento revela que o PP vai se dividir nas eleições. Cada estado terá seu candidato ao Palácio do Planalto. Estes dados mostram ainda que se o tempo de TV do partido for destinado a um candidato à Presidência, seu nome será Ciro Gomes.