Como conquistar o eleitor de direita sem defender as teses da direita?

Por esses dias chama a atenção:

1. Como pode a mídia continuar nessa ladainha do candidato Geraldo Alckmin pretender representar um indeterminado CENTRO? Acontece que já deu para perceber que a candidatura de Jair Bolsonaro não é uma bolha. Embora todo dia alguém escreva que ela está prestes a ir para o espaço. Bolsonaro tem que ser enfrentado. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998, recebeu de graça os votos da DIREITA política. Ela não tinha candidato representativo e fiel. Nestas eleições, essa corrente de pensamento tem candidato e para detoná-lo é preciso que Alckmin adote um discurso à DIREITA para tentar convencer estes eleitores que também pode ser uma alternativa. Até que essa questão esteja resolvida Alckmin não pode adotar um discurso de CENTRO, ele tem que falar com a DIREITA. Mas é claro que os estrategistas de sua campanha podem estar com outra realidade na cabeça. Parcela da mídia está. São muitos os homens que trabalham com a realidade dos seus sonhos.

2. O primeiro sintoma de que um candidato não tem propostas para o Brasil é quando ele se apresenta como um presidente que vai reformar o país. Vamos lá. Pensem bem. É possível levar a sério um candidato que diz que fará uma reforma política? A Câmara tem sete partidos com bancada superior a 38 deputados, sendo que o maior deles tem 61. A Casa tem 25 partidos. Esta será quase que certamente, a realidade da Câmara que tomará posse em 2019. Vocês acham possível que uma dezena de partidos nanicos diga: abro mão do meu dinheiro do Fundo Partidário? Ou diga que abre mão do Fundo Eleitoral? Ou que abre mão de seu tempo de propaganda na TV? Candidatos que se comprometem com a reforma política são POPULISTAS. Falam o que agrada a maioria da população.

3. Este debate sobre FAKE NEWS é mais uma demonstração de como partidos, parlamentares e políticos abrem mão de seu poder. Foi assim, durante muito tempo, com a cláusula de barreira. Foi um tribunal que deu a palavra final sobre o financiamento eleitoral. No passado, um tribunal restringiu as possibilidades de coligações partidárias. Agora, o juiz Fux declara que o uso de FAKE NEWS pode anular uma eleição. Se sua fala for consequente, a próxima eleição já está anulada. Ou vocês acham que não haverá FAKE NEWS nas próximas eleições? Ate na maior democracia do mundo, a dos Estados Unidos, tem. Nos dias de hoje é assim: o povo enfrentará uma campanha, votará em seus candidatos e, depois, um juiz qualquer pode decidir anular a eleição. Isso é que é democracia, e assim é que são os que se declaram democratas. É preciso acrescentar que diante da qualidade das provas admitidas na Lava Jato haverá uma corrida para cassar os escolhidos pelo povo. Eles serão acusados de corrupção, uso de caixa dois e por aí vai.

Ministro Luiz Fux. Foto Nelson Jr./ASCOM/TSE

4. Por recentes declarações e insinuações de autoridades, ministros, candidatos, já podemos ter uma certeza. A primeira reforma que será feita é para tentar mudar a regra do reajuste do teto dos gastos. Haverá um debate com o seguinte posicionamento: quem perder vai defender a manutenção do teto e quem ganhar o fim desta camisa de força. Não importa o que cada partido tenha defendido no passado. Haverá dois campos em luta, o dos que querem garantir a governabilidade para o presidente eleito e a daqueles que apostam na ingovernabilidade e numa firula contábil para pregar um impeachment. Se a mídia topar e os analistas políticos estiverem contrariados esse é o caminho provável.

5. Por fim, não acreditem em candidatos que dizem que vão acabar com a barganha política. Respondam, como um partido com 60 deputados, numa Câmara com oito partidos com bancada entre 40 e 60 deputados, vai construir maioria sem se submeter ao expediente do é dando que se recebe? Candidatos vão fazer tal proclamação. Acredite quem quiser!

Preparem-se. Tem muito mais.

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