Temer aceita exigências dos tucanos para participarem do governo

Geraldo Alckmin e Aécio Neves - Foto Orlando Brito

Depois de desentendimentos públicos, neste fim de semana os caciques do PSDB chegaram a um acordo sobre as condições para o partido participar do governo Michel Temer. Querem a adoção de um programa mínimo de governo, com a inclusão de pontos que consideram fundamentais, para uma aliança formal e institucional com o PMDB. No acerto entre o governador Geraldo Alckmin e os senadores Aécio Neves e José Serra ficou definido também que os tucanos não vão aceitar cooptações individuais de seus quadros. “Não há hipótese de o PMDB fazer com a gente o que o PT fez com o PMDB”, afirma o senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado.

Em conversa com um interlocutor de Michel Temer, que, com toda certeza, comporá o futuro governo, a resposta veio na lata: “Exigências atendidas. No primeiro governo Lula, o Michel foi vítima desse processo de cooptação. A aliança com o PSDB  e com os outros partidos será institucional”.

Tucanos e o entorno de Temer também concordam com outra premissa: ninguém vai impor nomes, os escolhidos devem ser pessoas da confiança do presidente. Assim sendo, a aposta geral é de que José Serra só não será Ministro da Educação, em uma pasta encorpada com a Cultura, se não quiser. Tudo indica que quer.

Além de exigirem pompa e circunstância para selar o acordo, os tucanos pretendem dar uma demonstração de processo democrático de decisão. Ao longo da semana, serão ouvidos os deputados, os senadores e os governadores. Só na segunda-feira que vem ( 3 de maio) é que a Executiva Nacional do partido formalizará a decisão. De acordo com todas as previsões, dez dias depois ( 13 de maio) subirão junto com Temer a rampa do Palácio do Planalto.

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Repórter de Política há mais de 40 anos, Andrei Meireles passou pelas redações dos jornais O Globo e Jornal de Brasília, das revistas IstoÉ e Época, foi comentarista político do boletim diário da revista Época na rádio CBN e colunista do Fato Online. Um dos mais premiados jornalistas brasileiros, tem dois prêmios Esso (de Reportagem em 2000 e de Jornalismo em 2001) e três prêmios Embratel (de Jornais e Revistas em 2001 e 2004 e o Grande Prêmio Embratel Barbosa Lima Sobrinho em 2009).