Tucanos avaliam que ataques de Alckmin a Bolsonaro são tiro no pé

Geraldo Alckmin na comemoração dos 30 anos de seu partido. Foto Divulgação

Como na Lei de Murphy, na empacada campanha eleitoral de Alckmin, tudo que poderia dar errado está dando errado. Líderes tucanos país afora reclamam da saideira aposta de centrar fogo em Jair Bolsonaro. Dizem que essa opção, por irritar o eleitorado antipetista do partido, é um tiro no pé.

A avaliação é de que Alckmin, mesmo que desgaste Bolsonaro, não será o favorecido por uma campanha que desagrada seu potencial eleitor. Por essa ótica, quem poderia se beneficiar são os adversários Fernando Haddad e Ciro Gomes. A pesquisa Ibope, divulgada nessa segunda-feira, é um indicador disso.

Deputados e prefeitos tucanos, para não baterem de frente com suas bases, fazem corpo mole na campanha quando não aderem a Bolsonaro. Eles contam que, em muitos lugares, até no Nordeste, há uma onda Bolsonaro, com o apoio do tradicional eleitorado tucano.

O senador Cássio Cunha Lima, hoje presidente interino do Senado, verbalizou essa insatisfação. “Esses ataques a Bolsonaro foram um equívoco, e podem custar caro”. Quem reagiu a avaliação de Cássio foi o deputado Marcus Pestana, secretário-geral do PSDB: “Essa não é uma hora propícia para DRs. É hora de arregaçar as mangas e defender a candidatura Alckmin”.

Pestana é de Minas Gerais, do grupo de Aécio Neves. Por relatos de tucanos mineiros, a onda Bolsonaro ali é muito forte e não está dando para segurar a defesa de uma dobradinha informal com Anastasia. Em São Paulo, já se esboça um caça às bruxas no ninho tucano, em que gente da cozinha de Alckmin desconfia da traição do ex-pupilo João Dória, já apelidada de chapa “Bolsodoria”.

Em meio a esse tiroteio, Alckmin empacado nas pesquisas, a aposta, inclusive entre os tucanos, é de debandada nos partidos coligados e no próprio PSDB.

A conferir.

 

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