De acordo com a Folha de São Paulo, a pretexto de avaliar o trabalho do antigo Coaf, Dias Toffoli e sua equipe passaram a acessar diretamente 19.441 relatórios de inteligência, produzidos nos últimos três anos, com os dados de cerca de 600 mil pessoas e empresas. Entre elas, grande número dos chamados “politicamente expostos” em todos os poderes da República.
Evidente que Toffoli e sua equipe não têm a menor condição de avaliar essa montanha de documentos até o julgamento pelo plenário do STF, marcado para a semana que vem, do caso Coaf. Trata-se da canetada do próprio Tofffoli que, para atender um pedido da defesa de Flavio Bolsonaro, suspendeu em julho todos os procedimentos investigatórios no país com base em informações do Coaf, da Receita Federal e do Banco Central, que não tiveram autorização prévia de juízes. Até hoje não se sabe ao certo o alcance dessa medida.
O que Toffoli vai fazer com toda essa papelada? Pinçar alguns relatórios para tentar justificar restrições a atuação dos órgãos estatais de controle? O fato é que Toffoli e seu colega Gilmar Mendes, desde a notícia de que estariam sendo alvos de procedimentos de auditores fiscais, se esforçam para dar um corretivo no antigo Coaf e na Receita Federal.
Esses “corretivos” começam a ser avaliados pelo pleno do Supremo Tribunal Federal. Além do caso do Coaf, Receita e Banco Central, em algum momento Toffoli vai ter que submeter o inquérito torto que criou a pretexto de combater Fake News contra ministros do tribunal. O inquérito, tocado pelo ministro Alexandre de Moraes à revelia do Ministério Público, depois de sua desastrada estreia censurando a imprensa, já fez e desfez na própria Receita Federal.
O que também estará em julgamento no STF é se, a pretexto de combater abusos de outros órgãos, Toffoli e outros ministros próprio tribunal não andaram metendo os pés pelas mãos.
A conferir.