A Justiça sempre foi injusta no Brasil. Sempre houve uma régua sobre como quem, por crimes iguais, similares e até mesmo diferentes, deveria ser punido. Por essa métrica, poderosos e ricos, em todos os tempos, foram e são investigados e julgados de maneira diferente.
O nome dessa regra histórica é impunidade.
Aqui e ali, com raras exceções, as decisões sempre saíram da mesma casinha. Nas chamadas instâncias superiores, então, era uma festa. A ponto de o maior atrativo de um advogado para seus clientes nessas altas esferas, quando não hereditário, era e é o talento para um tal embargo auricular.
Isso sempre foi um escândalo.
Essa é uma caixa preta que ninguém teve coragem de abrir. Nem as corregedorias, imprensa e Congresso. Tudo que se ensaiou nessas diversas frentes ficou pelo caminho.
Até mesmo quando a justiça finalmente pegou o elevador da Lava Jato para chegar ao topo, quem estava nos andares de cima se sentiu injustamente atropelado. A reação deles foi brecar essa subida súbita.
Afinal, quem lá chegou nas ondas que enriqueceram políticos de todos os naipes, em todos os governos, achavam terem mudado de status, e conseguido a mesma impunidade dos ricos com narrativa com algum histórico para explicar seu patrimônio à Receita Federal.
O problema para todos eles é que não foi apenas chuva e nem tempestade, um tsunami varreu a política no Brasil. Em meio a esse vendaval, todos tentam se agarrar a uma boia imaginária. Lula, Temer, Aécio e até o Ricardo Teixeira, em um golpe na Fifa, se dizem vítimas de ilação.
Cada um deles faz sua peripécia para sobreviver.
Inútil. O mundo de cada um deles caiu.
Triste final.
A decepção é de todos nós.