O futuro presidente Michel Temer quer ter o ministério pronto até o final de semana. Como a disputa continua intensa na sua base aliada, ele escalou o senador Romero Jucá e o ex-ministro Geddel Vieira Lima para negociar com os partidos a indicação para a equipe ministerial. A palavra final, claro, será de Temer. Assim, Eliseu Padilha e Moreira Franco, que antes participavam dessas conversas, tratam agora das primeiras medidas do novo governo, em busca de alternativas capazes de geral algum impacto. Henrique Meirelles, futuro ministro da Fazenda, dará o tom econômico do governo, mas Temer também quer, de cara, anunciar providências que mostrem sua preocupação social.
A dupla Jucá e Geddel ainda tenta convencer alguns aliados a patrocinarem nomes de peso para algumas pastas. Os partidos reagem. Não apareceu ninguém até agora disposto a ser barriga de aluguel do ex-ministro Roberto Rodrigues na Agricultura. Na Saúde, até que o PP se dispôs a bancar o cirurgião Raul Cultrait, mas ele não se animou a entrar no governo. Outro notável que poderá ter o apoio do PP é o urologista Miguel Srougi. Caso a opção não seja por um médico renomado, a ala do PMDB que apoiou o impeachment na Câmara tem como candidato o deputado Osmar Terra (RS), coordenador da Frente Parlamentar da Saúde e ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul.
Para a Educação, a escolha será do DEM. Até o fim de semana, estava cotado como favorito o deputado Mendonça Filho, ex-governador de Pernambuco e coordenador do movimento pró-impeachment na Câmara. Ontem, o entorno de Temer deixou vazar a intenção de que o DEM indique um especialista em educação.
Nesse vai e vem, Geddel e Jucá estão com a agenda cheia. “Tem até fila para conversar com eles”, diz um parlamentar do PMDB, que acompanha de perto as negociações para compor o ministério.