Henrique Meirelles foi nessa sexta-feira (2) ao programa do Ratinho, na peregrinação costumeira e de eficácia duvidosa, de autoridades em busca de popularidade. Com o mesmo propósito, outros desfilaram recentemente por esse circuito, como Michel Temer.
Com a reforma da Previdência no sal, Meirelles ainda tenta surfar na tímida, mas real, recuperação da economia. Aproveitou para tentar tirar uma casquinha na segurança pública, a agenda da moda, na expectativa improvável de se manter vivo no páreo presidencial.
Entrou atrasado no bonde.
Temer já havia tentado navegar nas mesmas águas. Sentiu que suas braçadas na Previdência e no fim da recessão no máximo evitam que se afogue, mal o mantém à tona. Resolveu, então, pôr todas as fichas no combate à insegurança pública, problema no país inteiro.
Avalia que, com isso, achou o caminho das pedras. E resolveu multiplicar a aposta.
Temer está preparando uma reunião com a nata do PIB, o terreiro de Meirelles, para pedir engajamento contra a violência e a insegurança.
Vão ser colocadas na mesa iniciativas empresariais que, em outros países, foram decisivas para fortalecer a polícia no combate à criminalidade.
Com Lula fora do páreo, dando sinais de que precisa de socorro para não ser preso, todos os presidenciáveis da centro-direita patinando, Temer se enrola na bandeira da segurança pública para continuar no jogo. Pouco importa se candidato. O relevante é chegar às urnas com cacife suficiente para negociar seu apoio em troca de alguma espécie de salvo conduto na Lava Jato para si e os seus.
A conferir.