Um grupo de veteranos deputados, que se autodenomina G-8, desde o ano passado troca informações entre si pelo whatsapp e em almoços semanais sobre os avanços e recuos no processo de impeachment. Um dos seus integrantes, o deputado Heráclito Fortes, promoveu inúmeras conversas em concorridos jantares em sua casa. Essa turma foi almoçar, ontem, no Palácio do Jaburu, com um único desfalque, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), futuro ministro da Educação e Cultura.
Além do anfitrião Michel Temer, também participaram do almoço com o G-8 os deputados Osmar Terra, que será o novo ministro do Desenvolvimento Social, e Baleia Rossi. Enquanto saboreavam uma pescada amarela grelhada, com molho de camarão, ou um lombinho de porco, ouviram de Michel Temer algumas características do novo governo.
Antes de falar sobre o que planeja fazer, Michel Temer afirmou que a situação do país é muito grave e reclamou que os atuais gestores estão sonegando informações essenciais para a definição de medidas urgentes. Sob aplausos gerais, o vice-presidente explicou porque, depois de inchar sua equipe de governo, recuou e optou por enxugar o ministério. “É isso que a sociedade quer”. Para atender esse anseio das ruas, ele disse que também cortará milhares de cargos comissionados.
Temer diz que fará um governo sóbrio. Na quinta-feira, não fará um ato de posse, nem vai convocar cadeia de rádio e televisão para falar ao País. Vai, sim, fazer um pronunciamento em sua primeira reunião ministerial, aberta à imprensa, quando se referirá a seu governo como de transição e anunciará propósitos e as primeiras medidas na área econômica.
Além de Heráclito e Mendonça Filho, fazem parte do G-8 os deputados Jarbas Vasconcellos, Rubens Bueno, José Carlos Aleluia, Raul Jungmann, Tadeu Alencar e Marcus Pestana.