Nessa segunda-feira, a sábia ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, pediu aos juízes ajuda para pacificar o país. Ela prega harmonia e independência entre os poderes. Discursou como bombeira no conflito aberto entre o Congresso e Judiciário.
Horas depois, o ministro Marco Aurélio Mello acatou o pedido de liminar da Rede e afastou Renan Calheiros da presidência do Senado. Pôs gasolina na fogueira que Cármen Lúcia tentava apagar.
Como é uma liminar, Renan deve recorrer ao plenário. Pode até reverter.
O outro lado dessa história. A exemplo de Eduardo Cunha, Renan Calheiros sentiu o bafo das investigações na nuca, entrou em desespero e pôs fogo nas próprias vestes.
Tentou aprovar a toque de caixa o monstrengo aprovado pela Câmara, desfigurando as medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público, apoiadas pela população. Errou na mão e sofreu uma surra na votação pelo plenário do Senado. Apanhou nas redes sociais e virou o principal alvo das manifestações de rua.
Semana passada, Renan virou réu no STF. Pelo que a maioria do Supremo já se manifestou, deveria cair fora da presidência do Senado. Sobreviveu graças a um pedido de vista do ministro Dias Tofolly.
Haja fogueira.