Antes das eleições, havia praticamente um consenso na base governista de que a proibição do financiamento empresarial das campanhas não sobreviveria para 2018. A previsão geral era de que o resultado dessa experiência, imposta pelo Supremo Tribunal Federal, seria caótico.
Não foi. Deputados e senadores voltaram a Brasília com a avaliação de que a eleição foi mais barata, um fato não necessariamente ruim nesses tempos em que receber dinheiro por baixo dos panos está dando cadeia.
Em conversa com Os Divergentes, Renan Calheiros disse que a proibição do financiamento empresarial veio para ficar. Assim, em vez de tentar revogá-la, a Câmara e o Senado devem aproveitar essa nova realidade para aprovar novas regras eleitorais. “Por exemplo, o voto em lista que vai reduzir ainda mais os custos de campanha”.
Nessa mesma perspectiva, Renan diz que o Senado deve aprovar no dia 8 de novembro o fim das coligações proporcionais e a adoção de cláusula de barreira. A partir desta quarta-feira (5), em uma reunião no gabinete do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a ideia é começar a reduzir a resistência, especialmente dos partidos menores, a essas mudanças.
— Como a aprovação de medidas fiscais para a economia, a reforma política também é absolutamente prioritária. Uma avaliação sobre o comportamento dos eleitores, inclusive o grande número que não votou em ninguém, deixa claro que não dá mais para adiar essas mudanças, afirmou Renan.
Nas conversas nos tradicionais Cafezinhos dos deputados e dos senadores, políticos das mais variadas tendências, derrotados ou vitoriosos nas eleições, concordam que o tempo das superproduções nas campanhas eleitorais passou. Se transformarem essas avaliações em leis, a democracia e os contribuintes vão agradecer.