Com “a volta do que não foi”, Ricardo Miranda, em cima do lance, apostou aqui que a saída de Luciano Huck da corrida presidencial poderia ser apenas um recuo tático. Com meus botões, avaliei que seria esperteza demais para um neófito no jogo.
De lá para cá, ouvi direta e indiretamente versões diferentes de quem esteve na pajelança na bela mansão de Angélica e Huck no Joá. Quando alguns convidados contam sobre o que ali foi combinado fica, no mínimo, uma pulga solta no ar.
Uns acreditam que Huck optou por ser carta fora do baralho na sucessão presidencial. Estaria disposto a ajudar outro candidato, mas não a concorrer. Nem coringa seria.
Na interpretação deles, foi por mera cortesia aos convidados que Huck admitiu a hipótese de rever sua decisão se até o final de março não surgir uma alternativa viável à polarização entre Lula e Bolsonaro.
Me disse um dos ilustres convidados da pajelança de Huck:
— Ele até gostaria. Mas quando você passeia pela casa dele, vê como a sua vida está bem resolvida, e o tanto que o casal é querido em todo o país, entende a dificuldade de trocar tudo isso pela máquina de moer carne de uma eleição presidencial.
Outros entenderam diferente. Em conversa informal com Roberto Freire, no Cafezinho dos Deputados, estranhei que, com toda vivência política, ele parecesse animado com a candidatura Huck mesmo depois de sua enfática saída do páreo.
Roberto Freire argumentou que seria um erro descartar Huck antes de saber como estará o cenário eleitoral ao final do primeiro trimestre de 2018. Na ótica dele, a candidatura Huck teve um freio de arrumação por ter amadurecido cedo demais.
Parecia ser apenas uma especulação sobre cenários, esporte predileto dos políticos com algum talento.
Aqui, no Rio, tudo isso ganhou uma nova conotação. Pelo que se ouve, Huck não saiu do jogo, continua uma carta na manga.
Aquele pontapé inicial, que causou estardalhaço, tem seus desdobramentos aferidos em variadas pesquisas.
Huck continua no radar.
Segue como aposta de gente ilustre que participou da pajelança e de outras conversas.
Até mesmo quem parecia ter trocado de barco mantém um pé em sua canoa.
É o caso do economista Paulo Guedes — tido e havido como responsável pela picada da mosca azul em Huck –, avalista de Bolsonaro no mercado financeiro, e seu provável ministro da Fazenda em uma improvável gestão.
A parceiros do mercado financeiro, Paulo Guedes tem incluído Bolsonaro como opção em sua cesta de apostas, na qual continua a manter Huck como blue chip.
A conferir.