A narrativa do PT e de seus aliados é de que um golpe parlamentar tirou a presidente Dilma Rousseff do poder e prossegue, por seu braço na Justiça, na perseguição ao ex-presidente Lula e a todos que o ajudaram na luta contra a injustiça social no Brasil.
Artistas de vários naipes, cineastas, músicos, professores universitários, militantes de causas variadas, pareciam ter afinado um discurso. Aqui e no exterior, a prioridade virou denunciar o golpe. Depois de décadas de luta pela democracia, em uma esquina ou no atropelado tropeço apontado por Ricardo Lewandowski, apegaram-se a um pretexto para questionar o impeachmet.
Se isso fosse verdade, ninguém perderia oportunidade alguma para estimular a luta. Qualquer brecha seria um espaço privilegiado para atacar os golpistas. Qual o cenário mais adequado para essa batalha? Sem dúvida, a propaganda no rádio e na televisão na campanha eleitoral. Quem usou? Simplesmente quase ninguém.
Na noite dessa quinta-feira (29), no debate na Globo dos candidatos a prefeito de São Paulo, Lula, Dilma, Pacocci, entre outros, não mereceram sequer referências. Nem a favor e nem contra. Como se não fossem personagens importantes da história recente do país e de São Paulo. Mais: personagens centrais do maior escândalo da história do Brasil.
É fácil bater bumbo. Difícil é distinguir o som. O da ascensão é festivo, o do declínio é melancólico.