Moreira Franco é um político singular. Talvez seja uma das melhores expressões de quem se apresentou na condição de candidato a virar o jogo e se deu bem no jogo de sempre.
No auge da ditadura militar, Moreira chegou em Brasília como o genro do senador Amaral Peixoto, o genro de Getúlio Vargas. Esses laços familiares ajudaram a sua eleição.
Em tempos bem difíceis para quem enfrentava a ditadura, pagava-se um preço nas várias frentes de luta.
Moreira Franco veio engrossar a trincheira parlamentar, na época defendida pelo grupo dos autênticos do MDB.
Ele chegou à Câmara como um sociólogo que transitava do maoismo chinês para algum tipo de pragmatismo na política brasileira.
A partir daí, sua história, caminhos e descaminhos, é pública.
Conseguiu até a proeza de genro de genro virar sogro de Rodrigo Maia.
Menos do que sua nomeação como ministro, interpretada como um ajuda para escapar da Lava Jato, é o seu papel no Palácio do Planalto.
Ali, ele se sente bem a vontade. Já se sentia assim antes mesmo da queda de Geddel Vieira Lima e dos problemas de saúde de Eliseu Padilha.
Entre outras trombadas, sua pisada na bola no debate sobre a reforma da Previdência causou arrepios no Planalto.
Parece que Moreira ficou maior que o seu tamanco.
Virou alvo de mira.