Oposição alcança número mágico para afastar e destituir Dilma Rousseff

Senador Eunício Oliveira Brito

Todos acertaram o prognóstico sobre o resultado da votação da admissibilidade na Comissão do Impeachment. Antes da votação na Câmara, na estreia de Os Divergentes, cravamos o placar final com 100% de acerto. Agora, temos um novo desafio. Que resultado esperar do plenário do Senado? Os levantamentos do Estadão, de O Globo, entre outros, registram o mesmo número: até agora, há 50 votos pró seguimento do impeachment, 21 contra e 10 que ainda não se pronunciaram.

Desses 71 assumidamente decididos, pelo menos dois não vão votar. Jader Barbalho continua penando com sessões diárias de radioterapia no Hospital Sírio-Libanês, em uma luta que está enfrentando com surpreendente bom humor, mesmo em momentos bem difíceis. Ontem à noite, ele me disse que não tem condições de interromper o tratamento e vir a Brasília. É ausência certa. Outro que não estará presente é Delcídio Amaral. Ele adoraria votar contra Dilma Rousseff. Mas, Renan Calheiros, outro alvo de sua delação premiada, bateu o pé e assegurou a cassação de seu mandato para a noite desta terça-feira (10).

Como Renan vai se abster, o quorum máximo será de 78 senadores. Dos 10 que, em todas as listas, não revelam seus votos, pode ocorrer, no máximo, duas ou três surpresas. Pelo que esses ditos votos não revelados contam, em conversas reservadas, pelo menos metade deles vai votar pela abertura do processo. O que significa, com a exclusão de Delcídio, que são tidos como certos 54 votos contra Dilma, número suficiente, inclusive, para aprovar seu impedimento definitivo.

Dilma ganhará um voto inesperado. O senador Walter Pinheiro, ex-PT, que chegou a ser cogitado para o ministério de Temer, vai assinar um voto em separado, parceria com o colega Randolfe Rodrigues, da Rede, em que reafirmam apoio a novas eleições presidenciais. Em compensação, o líder do PMDB, Eunício Oliveira, votará a favor do impeachment e pode ser acompanhado, com exceção de Roberto Requião, de outros senadores do PMDB, tidos até agora como indecisos ou votos pró-Dilma. Nessa relação há dois outros senadores do PMDB do Maranhão, Edison Lobão e João Alberto. Para completar a incógnita maranhense o terceiro senador eleito pelo Estado, Roberto Rocha, vai decidir entre seguir seu partido, o PSB, ou o governador Flávio Dino. Na Câmara, o governador ganhou todas as bolas divididas. No Senado, a conferir.

Outra surpresa será o voto de Fernando Collor. Ele está calado. Mas, colegas dizem, vai votar contra Dilma, mais uma doce vingança em um longo rol de políticos que detestam o PT, mas refastelaram juntos nesse reinado de 13 anos. “Depois de 24 anos, ele vai dar o troco no PT”, afirma o senador Magno Malta.

 

 

 

 

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