Escândalos tiram PT do jogo e geram uma onda azul nas eleições

Nelson Marchezan Jr, de Porto Alegre. Foto Divulgação

Por todo e qualquer ângulo, o PT paga nessas eleições o preço de seu envolvimento nos mais variados escândalos. Mais do que levar junto em seu debacle outras forças de seu campo na esquerda, mudou o mapa político do país. Quem teve o benefício imediato dessa derrocada petista foi o adversário que os petistas escolheram para se perpetuarem no poder, o famoso “nós contra eles” – o PSDB.

Há uma onda azul que percorre o país. Pela primeira vez na história, as esquerdas estão fora do jogo em Porto Alegre e Belo Horizonte, modelos do algum momento famoso modelo petista de governar. Em São Paulo, como a gente falou aqui ontem, Dória liquidou a fatura no primeiro turno. País afora ocorrem resultados semelhantes.

Nas grandes cidades de São Paulo foi um massacre. Se somar lé com cré, a conclusão é de que Alckmin passou um trator de esteira que limpou a capital paulista, atropelou o cinturão vermelho no grande ABC, e passeou por todo o interior. Quando se olha os resultados no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, chama a atenção tanto a queda do PT quanto o fiasco de seus parceiros.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, onde o PT tentou sobreviver com o discurso de que era a banda boa de uma tropa que se envolveu até o pescoço com a corrupção, o partido só conseguiu ir ao segundo turno, em condições desfavoráveis, em Santa Maria.

O que pode parecer fora da curva é a ida do deputado Marcelo Freixo (PSOL) para o segundo turno na eleição carioca. Só parece. Freixo não quis se aliar ao PT e se apresentou ao eleitorado como uma alternativa ética, bem diferente dos alvos das variadas investigações da Polícia Federal. Suas chances de vitória, bem amplas por causa da rejeição de um eleitorado liberal a um candidato da Igreja Universal, só dependem de sua coerência.

Marcelo Freixo está com a bola na marca do penalti. Se souber bater, leva.  Sem nenhuma dúvida. Se errar, entrega o Rio a uma experiência da primeira gestão da Igreja Universal do bispo Edir Macedo.

O caso do Rio à parte, os candidatos, diretos ou indiretos, dos tucanos e aliados avançaram ou venceram nas grandes cidades. A dúvida é se ganharam ou o eleitor votou neles como um troco nos petistas e de sua turma por tudo que a Operação Lava Jato revelou e pelo desastre da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff. Há uma clara onda azul. Quem dela se beneficia vai ter que mostrar serviço antes o primeiro julgamento dessa virada em 2018.

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