Além das mordomias na casa oficial na Península dos Ministros, no Lago Sul, um dos motivos do apego de Eduardo Cunha à condição de presidente afastado da Câmara é a prerrogativa de viajar em vôos da Força Aérea Brasileira. O problema é que os empresários amigos que sempre colocavam jatinhos à disposição já não o fazem mais. Nesses tempos de altíssima rejeição aos políticos em geral, sobretudo aos investigados por corrupção, o teste de popularidade em aeroportos virou um grande risco.
Quando ouvida pelo Os Divergentes sobre o Palácio do Planalto ter-lhe negado avião oficial para uma viagem a São Paulo, a presidente afastada Dilma Rousseff, por intermédio de sua assessoria, não se fez de rogada e anunciou que embarcaria em voo de carreira. A bravata poderia lhe custar caro. Ela recuou e embarcou em um jatinho alugado pelo PT. Aliás, faz tempo que o ex-presidente Lula só viaja em jatinhos.
Nos últimos dias, Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, foi hostilizado no Galeão, quando retornava de Curitiba para ir cumprir prisão domiciliar em Petrópolis. Depois da prisão de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, a senadora petista Gleisi Hoffmann teve que ouvir críticas e xingamentos no Aeroporto Afonso Pena.
Na semana passada, o ex-senador Delcídio Amaral teve se submeter ao teste do aeroporto. Ele foi a Curitiba depor como testemunha de acusação no processo contra o ex-senador Gim Argello. Na volta, contou a amigos como uma proeza o fato de não ter sido hostilizado, e até ter recebido cumprimentos no mesmo aeroporto de Curitiba em que Gleisi passou um mau bocado.