A corrida presidencial continua empacada. Quem mergulha em pesquisas, nas suas diversas modalidades, continua tão perdido quanto quem se baseia na chamada intuição política.
Estão postas pesquisas que avaliam tendências sobre um páreo, a ser disputado em outubro, que ninguém sequer sabe quem serão os concorrentes.
Lula é pole position em todas elas. Sua prioridade agora não é eleitoral, é não ser preso. Para isso, depende de múltiplos interesses, inclusive de adversários eleitorais, parceiros do mesmo jogo em que tenta no STF escapar da cadeia.
São reais as chances de que no Supremo mude a jurisprudência de que, condenados em segunda instância, possam ir para a cadeia. Até porque, em todas as votações, o STF esteve dividido nessa questão. O que torna essa possível reversão bola fora é o fato de vir sob encomenda para salvar Lula.
Se ocorrer, será um reprise, em maior escala, do vacilo da presidente Cármen Lúcia ao dar salvo conduto a Aécio Neves, em uma decisão que apequenou o Supremo pelo medo de uma improvável briga com o Senado.
Esse mesmo receio agita os bastidores de todos os poderes em Brasília na questão de Lula ir ou não para a cadeia. Por interesses diversos, em frentes variadas, aliados e adversários tentam salvá-lo.
A parceria acaba aí. Há um consenso, inclusive na cúpula do Judiciário, de que Lula, mesmo fora da cadeia, está fora do páreo presidencial.
Por qualquer ângulo, Lula fora, páreo aberto.
Pelas fotografias embaçadas por essa penumbra, as pesquisas apresentam Jair Bolsonaro como novo líder na corrida presidencial.
Ele diz não acreditar em pesquisas — nem em urnas eletrônicas — mas anda todo serelepe com o resultado delas. Se acha o cara depois que o líder Lula, flagrado no doping da corrupção, foi desclassificado.
Como os devotos de Lula, que se recusam a ver a realidade, a trupe de Bolsonaro também não consegue enxergar um palmo além do nariz.
Uns e outros não percebem aonde os ventos difusos dessa eleição podem chegar. O impacto de toda essa insatisfação, em meio a uma descrença generalizada, sequer sustenta palpites. Pesquisas e sensibilidade política ainda não conseguiram decifrá-los.
Até porque, além do veto a Lula, a Lava Jato e outras investigações podem alterar o que hoje se imagina como grid de largada.
A conferir.