Depois do jogo jogado sempre é mais fácil diagnosticar acertos e erros. Mesmo com evidências sobre o que deveria rolar, o mercado financeiro esticou a corda nas apostas do megaleilão do pré-sal. Não havia risco algum de fracasso. Na pior das hipóteses, a Petrobras ficaria com a exploração das reservas no fundo do mar. Foi essa certeza, segundo interpretações atribuídas a grandes concorrentes, que também fez essa turma por o pé no freio.
Desde a descoberta do pré-sal em 2006, a Petrobras virou seu grande player. Foi assim desde sempre. Por mais que apareçam algumas divergências aqui e ali, é consenso na sociedade e no establishment político que essa empresa estatal é patrimônio nacional. Tudo isso parece óbvio. Basta dar uma olhada nos variados sites que faziam apologia ou se opunham ao leilão para ver o mico que pagaram.
O curioso é quem nenhum dos lados apostou no fracasso. Ou num resultado meia bomba. Mico, então, nem pensar. Todas as avaliações partiam do sucesso do negócio. O governo se dizia convicto de que o leilão rendeira mais de R$ 100 bilhões, com lances disputados entre grandes petrolíferas mundiais. Na mesma toada, o site do PT cravou horas antes do martelo ser batido que “o Brasil estava perdendo R$ 1,5 trilhão com o mega leilão do pré-sal”. Ex-diretores da Petrobras, que participaram de gestões bem complicadas na empresa, estimaram para o site petista um prejuízo ainda maior. Todos quebraram a cara.
Mesmo sem o estrondo esperado, o leilão de reservas do pré-sal rendeu uma bela grana para os cofres da união, estados e municípios. Teria sido menos oneroso se essa conta fosse paga pelos investidores estrangeiros. Menos mal se a Petrobras tiver como honrá-la com a velocidade necessária.
O povo brasileiro precisa usufruir dessa riqueza do petróleo antes que nada mais valha.
A conferir.