Um dos principais motes da pregação eleitoral de Ciro Gomes é bater sem dó no PMDB. “Não é mais um partido político, é uma quadrilha”, repete dia sim e no outro também.
Agora que Lula está costurando uma aliança eleitoral com caciques do PMDB – os senadores Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Edson Lobão, Jader Barbalho, Eduardo Braga e o ex-presidente José Sarney, entre outros –, Ciro insiste ainda mais na tecla, na expectativa de se diferenciar de maneira positiva de Lula.
O PDT é historicamente forte no Rio de Janeiro. É de lá que Carlos Lupi, presidente do partido, manda e desmanda a ponto de ter provocado a debandada da bancada do partido no Senado.
No terreiro de Lupi, Ciro vai ter que rebolar para explicar como seus correligionários ajudam expoentes da banda do PMDB no Rio – acusada de uma penca de assaltos aos cofres públicos – a se safar da cadeia.
Na votação dessa sexta-feira ( 17), em que a Assembléia Legislativa revogou a prisão e devolveu os mandatos a Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, o PDT deu um show de unidade.
Dos 9 deputados estaduais do partido, 7 votaram a favor de Picciani. Outro, o ex-craque Bebeto, simplesmente não compareceu. Só a deputada Marta Rocha, delegada de polícia, votou para que as decisões do Tribunal Regional Federal fossem cumpridas.
Há razões em política que atropelam toda e qualquer tentativa de coerência em discursos eleitorais.